domingo, 15 de novembro de 2015

O que é Nosso não é deles

Sobre o recente ataque terrorista ocorrido na França, me despertaram dois sentimentos: repulsa e esperança.


Repulsa pela forma com que a mídia burguesa demonstrou consternação, solidariedade exacerbada, comoção (e lágrimas!). Assistindo a um canal de TV aberta, me parecia uma notícia sobre um ente familiar da apresentadora que havia sido assassinado "por trombadinhas no Rio de Janeiro por facadas". Que horror. Quanta falsidade. Eles depositam diariamente a tal síndrome de vira-lata em nosso povo, que já está condicionado a ter como verdade absoluta o que os jornais proferem.

É incrível o poder do PIG em manipular as situações, para um lado. Não podemos deixar de perceber que a imprensa golpista age em harmonia com os interesses do capital internacional, obviamente. Ou estaria fadada ao isolamento regional. Os atentados ocorridos na região central de Paris, França são como um bulmerangue que voltou. O governo francês está provando do ódio que ele mesmo cria ao proibir o uso cultural da burka em seu território, como um exemplo menor. 

"Não tenham medo, eu chamo isso de liberdade de expressão"
O povo da França, pelo meio menos saboroso está sentindo a expressão do terror em seu país, assim como os povos africanos do Sudão, Togo, Camarões, Costa do Marfim, Haiti.... Entre outros muitos também sofreram com a invasão colonial. E sofrem com a política econômica adotada hoje pela União Européia, que não investe em indústria de base, mas ainda vende armas e estimula as guerras civis.

Senti esperança, pois na rede social muitas pessoas apontaram esta seletividade da comoção, ponderando a tragédia (que não foi acidente) em Mariana, pela morte da fauna e da flora do Rio Doce, pelos prejuízos que os moradores ribeirinhos terão que arcar, com todas as cidades à margem deste rio.... É necessário que estejamos alerta para não sermos inocentes úteis para essa máquina alienante chamada capitalismo. 

Tragédia em Mariana - MG

Nossos mortos não são melhores que os deles, mas não podemos nos preocupar com o que está lá longe se não sabemos nem como está nosso vizinho! Solidariedade sim, aos 83 jovens negros assassinados diariamente no MEU país. Estas crianças e adolescentes alvo do projeto genocida que prima por apagar a Negra construção brasileira, e toda riqueza cultural, técnica e científica que nosso povo tem fornecido.